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O BookSharing é uma iniciativa da AEFML concebida no contexto da realidade virtual em que vivemos de momento.

Como uma nova forma de limpar o pó das estantes da tua casa, o BookSharing surge com o objetivo de fomentar o nosso interesse pela leitura, bem como de nos cultivarmos no período de quarentena.

Esta iniciativa contará com sugestões semanais de vários livros  que possas ter em casa ou que encontres facilmente online.

Se estiveres interessado, também podes colaborar connosco na partilha de sugestões ou através da elaboração de críticas semanais às diferentes obras. Inscreve-te neste formulário!

Assim, já sabes por onde começar!

Esta semana trazemos-te novas sugestões para continuares a ocupar o teu tempo com as mais variadas obras literárias que nos arrebataram por completo!

 

Sugestões da Semana

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Iniciativas Literárias

 

Para esta edição, contamos com a reflexão da obra de Frederick Beckman sugerida na última edição!

Ove, o homem mais rabugento do mundo, 59 anos, viúvo há 6 meses e recentemente desempregado decide suicidar-se. Vê-o como uma decisão natural, visto que não tem mais nada que o prenda à vida. Prepara tudo calmamente e, sem pressa, toma todas as providências: reúne todos os documentos importantes num envelope, paga o funeral, as contas, cancela a assinatura do jornal e o telefone e veste a sua melhor roupa. Começa assim o livro Um Homem Chamado Ove que nos apresenta este homem rabugento que quer deixar de se preocupar com um mundo que não o compreende e que ele não compreende.

À medida que se desenrola esta ação, com o Ove de hoje, que envolve vizinhos novos com rivalidades novas, vizinhos antigos com rivalidades antigas e um gato, vamos conhecendo também o homem que foi Ove, ao longo de toda a sua vida, com todos os seus altos e baixos.

Um livro cheio de lições de vida, comovente e engraçado, que certamente deixará um sorriso na cara (e uma lágrima no canto do olho) a quem o ler.

José Filipe Melo, sobre Um Homem Chamado Ove de Fredrik Backman


Como novidade desta semana, contamos com dois textos originais sobre livros sugeridos ao longo das últimas edições!

Somerset criou um romance que, diria, extremamente complexo e completo.

Nele descreve a vida de Philip.

Acompanhamos o Philip desde o início da sua vida e percebemos, muitas vezes, que as suas dúvidas, os seus pensamentos, as suas atitudes, são (ou foram) também nossos, um dia.

Este é um livro sobre o sentido da vida e sobre o processo de formação da identidade, pelo qual algumas vezes passamos. Mas não só!

Este escritor consegue de uma forma brilhante transmitir as emoções desta personagem a um nível surreal! Chegaram-me, em certo momento, pela forma como os acontecimentos eram descritos, a exasperar certas atitudes de Philip e a pensar "Raios, mas ele não aprende?, quão masoquista consegue ser uma pessoa consigo mesma?" - e a realidade é que, não poucas vezes, conseguimos ser como o Philip.

Não é uma história bonita e Somerset teve a perspicácia de mostrar o pior que nela podia haver. Por vezes extenso demais, mas com um brilhantismo sem igual!



"Philip lembrou-se do tapete persa que ele lhe oferecera, dizendo-lhe que continha a resposta à sua pergunta sobre o sentido da vida; e de repente ocorreu-lhe a resposta (…) A vida não tinha significado."

Sofia Bernardo da Silva, sobre A Servidão Humana de Somerset Maugham

 

The Starless Sea é um livro acerca de histórias, histórias dentro de histórias para ser exata. Histórias interligadas e que nos levam a um sítio: a uma biblioteca subterrânea, secreta e labiríntica onde quem tem a sorte de entrar pode não querer sair. Acompanhamos a história de Zachary Ezra Rawlins, que encontra um livro misterioso na biblioteca da sua faculdade e começa a ler as histórias acerca de amores proibidos, cidades perdidas e portas escondidas. Ao virar uma página do livro, Zachary depara-se com uma história acerca de si, escrita impossivelmente num livro que parecia ter sido escrito há muito tempo atrás.

Eu adorei este livro. A maneira como a autora escreve é simplesmente maravilhosa, combinando uma prosa quase poética com personagens credíveis com as quais me identifiquei e um cenário praticamente palpável. É uma história dedicada ao amor pelas próprias histórias, pelos livros, dedicada a nós, os Leitores.

Nem toda a gente vai adorar este livro, certamente. Para citar o próprio livro, “A game or a book that has meaning to me might be boring to you, or vice-versa. Stories are personal, you relate or you don’t.”. Mas ainda assim desafio-vos a tentá-lo. Pode ser que nele encontrem significado, como eu encontrei. Talvez se lembrem da primeira vez que leram Harry Potter, quando eram pequenos, daquela sensação curiosa de se estar completamente imerso dentro de um livro e sentir que fazemos parte de algo maior. Este livro deu-me uma sensação semelhante. É como se fosse um livro de fantasia para crescidos. É o meu novo livro favorito.

Quem me dera poder voltar a lê-lo pela primeira vez!

Margarida Amaro, sobre The Starless Sea de Erin Morgenstern


No dia 21 de março, por forma a celebrar o Dia Mundial da Poesia, a Casa Fernando Pessoa criou um lista no Youtube com a seleção de vários poemas capaz de nos inundar com um misto de emoções, designada “Ligados Pela Poesia”.