SEMANA DA SUSTENTABILIDADE | Copo mentrual vs Tampões

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O tampão, tal como o penso higiénico, tem origem perdida na antiguidade. O registo mais antigo indica o uso de tampões de papiro no século XV a.C. no antigo Egipto. A sua forma atual nasceu em 1933, e foi publicitado como um método higiénico e discreto de absorver o fluxo menstrual, sem restringir movimentos e atividades. Assim tornou-se um elemento essencial na vida feminina. 

No ano anterior foi patenteado o primeiro copo menstrual. Apesar de ter as mesmas vantagens em termos de conforto e discrição foi um falhanço comercial. Só foi resgatado da obscuridade no final do século XX, quando a preocupação pelo ambiente levou à procura de alternativas reutilizáveis de produtos descartáveis. Um único copo de silicone substitui cerca de 264 produtos de higiene íntima por ano, com uma vida útil de 5 a 10 anos.

A produção e distribuição dos copos tem menor impacto ambiental. Em média, os tampões necessários a uma mulher durante um ano têm uma pegada de 5,26 kg de CO2; um copo menstrual, para o mesmo período, fica-se pelos 0,04 kg de CO2. A sua longa vida útil permite uma grande redução dos resíduos sólidos criados pela menstruação. Os tampões de algodão podem ser compostados, mas os produtos com plástico não podem ser reutilizados, e o seu melhor destino é a valorização energética.

Apesar de reduzirem a pegada ambiental da menstruação, muitas mulheres ainda os vêem com desconfiança. Para além de uma íngreme curva de aprendizagem, copos menstruais precisam de ser enxaguados entre cada uso, e esterilizados entre cada ciclo. Nem sempre é possível ter condições de higiene e privacidade para os enxaguar no dia-a-dia, e em zonas carenciadas é difícil esterilizar e conservar os copos de maneira higiénica.

A nível pessoal, além de substituírem despesas mensais por uma única compra a cada 5 anos, são considerados mais seguros. Enquanto os tampões absorvem sangue e muco, afetando a mucosa vaginal, os copos apenas recolhem fluxo, sendo menos abrasivos.

Cada mulher tem os seus hábitos íntimos, sendo difícil e desconfortável alterá-los. Porém, todos os anos surgem novos produtos que podem melhorar a nossa qualidade de vida, e ter uma mentalidade curiosa e aberta a inovação pode não só ajudar-nos a nós próprias como também o mundo.

Texto: Ana Santos - 4º ano