Durmo no campo,
Vivo na cidade.
Hoje vejo-me aqui presa
E sou só saudade.
Falta-me o rebuliço da aventura
Que é sair à rua
Sem saber bem
O que me vai esperar.
Falta-me o ruído das ruas
E a rotina de todas as horas
Que várias vezes pensei odiar.
Que voltem aqueles dias
Que começam demasiado cedo
Se isso significar que valem a pena
Terem um início sequer.
Agora durmo no campo
E vive aqui alguém.
Não sou eu.
É uma versão de mim
Que reconhece aqui o encanto
Mas quer voltar a ter o espanto
De viver no momento,
E na cidade também.
Autor: Filipa Dias - 2º Ano
Ilustração: Felipe Bezerra - 4º ano
Fotografia: Beatriz Francisco - 3º ano