A Liberdade é respeito, são direitos e deveres, que são o núcleo da sociedade. Mas nem tudo são cravos, a Liberdade é, sobretudo, rosas(E assim deve ser).
Isto porque, tal como uma rosa, a Liberdade tem o aroma doce da felicidade, a textura sedosa da fraternidade, a beleza sedutora da paz. A rosa é capaz de feitos (ou defeitos, mas cada coisa a seu tempo) inigualáveis. Que melhor exemplo temos nós, portugueses (e portuguesas, se quisermos ser redundantes), que daqueles que, após 40 anos de opressão, sentiram, muitos pela primeira vez, a verdadeira cor, frescura e textura da Rosa, sem terem que o fazer falsamente, clandestinos, olhando por cima do ombro, sempre inseguros, sempre com medo, sempre a preto e branco.
No entanto, suplantados por esta aura angelical, há os espinhos, que nunca devem ser menosprezados. Tal como uma rosa, a Liberdade deve ser cuidada delicadamente e não de forma brusca ou rude, pois muito facilmente se torna a rosa em silva espinhosa e aguçada.
Há que duvidar dos que fazem da Rosa apenas um cravo, porque significa que nunca tiveram realmente acesso à Rosa, ou então, desvirtuaram-na desmembrando-a dos espinhos que alertam para o cuidado que se deve ter com Ela, ou ainda, que a tornaram fácil, falsa, feia, plástica, para iludir quem passa.
É por isto que enquanto muitos reivindicam cravos com palavras cheias de espinhos faz sentido, para mim, relembrar o que é a Rosa. Porque este jardim plantado à beira-mar consegue ser bastante “despropício” às rosas. E o que seria de um jardim sem elas?
Texto: Santiago Ribeiro