POETAS DE ESTETO NA MÃO | Poeta de poemas

poema 08-12.jpg

Vejam só, vejam só!

Vejam só, que temos Poeta!

Poeta dos que escreve poemas 

E não dos que cospe rascunhos,

Poeta dos que conhecem as palavras todas

E onde as rimas nunca se forçam!

Poeta analisável,

Só poemas com sentido. 

Esses que escrevem sem rimar,

Às vezes sem pensar,

Sem imaginar outras lentes a olhá-los,

Sem publicar,

Sem sentir!

Que sentido fazem eles?

Poeta que é Poeta faz Poemas para os outros. 

Por isso analisamos Fernando Pessoa

(Esse Senhor que explicou a própria Mensagem)

Por isso pensamos no que é fogo que arde sem se ver

(Para quê deixar simplesmente as palavras originais?)

Por isso dizemos que o Outro escreve como se falasse

(Claro que não ignorava os pontos finais só porque sim!) 

Poeta a sério tem uma arca com Poemas riscados,

Censurados,

Mas a arca está à vista!,

Para um dia alguém tropeçar nela

“Sem querer”

E publicar o oculto, com mais magia que nunca. 

Poeta que se preze procura aliterações,

Metáforas,

Analogias fugidias,

Formas de ligar palavras para outros sentirem,

Sentirem o que ele sente. 

Mas poeta que é poeta é um “fingidor”. 

poeta que é poeta desconhece o significado da palavra Poeta,

Só conhece poemas. 

poeta é o que faz chover palavras em verso

E ouve as rimas no canto inferior direito da mente 

(Porque é de lá que elas vêm,

Mesmo que só de vez em quando)

poeta apenas finge que sente,

Ou sente mas finge pensamentos,

Ou sente e escreve. 

poemas escreve quando precisa

E quando precisa não escreve. 

poeta que é poeta tem um só público:

O papel, a caneta

E o candeeiro de rua, disfarçado de um candeeiro numa secretária. 

Namora-os aos três sem medos

E assume-o nas palavras! 

Escreve para eles

E conversam horas a fio. 

No fim, pergunta-lhes se publica o poema

E eles respondem sempre o mesmo:

“Escreves para quem?”

E o poeta responde “Ninguém”

E eles dizem

“Escreves para nós e para ti.”

E o poeta sorri

E guarda o poema na pilha a publicar,

No lado direito da mesa, 

Porque já escreveu para ele,

Agora outros leem se quiserem. 

poeta que é poeta é poeta e não o sabe

Por se perder em tanto poema

Que esquece que tudo isso é Poesia.

Texto: Raquel Moreira - 3º ano