A vida era uma linha em imperfeito contínuo até esta pandemia nos deixar em suspenso.
Faculdade, amigos, casa. Faculdade, amigos, casa.
Casa, casa, casa. Casa, casa, casa.
Vivemos relações à distância sem que ninguém, nem o tempo, nos tenha preparado para tal.
Creio que é este ponto que mais me atormenta.
É tão difícil amar em tempos de quarentena.
Digo-o porque não sei onde o teu amor está.
Não te vejo, não te sinto, não te toco.
Que tormentos habitam a tua mente?
Viver sem amor é a pior forma de viver.
As ruas desertas são o filme de um mundo pós-apocalíptico.
As vidas paradas, isoladas, moribundas.
O medo de sair, o medo de morrer.
Viver com medo é a pior forma de viver.
Distanciamento social ou insanidade mental?
Estas paredes causam-me pânico.
Paredes da incerteza do futuro.
Viver na incerteza é a pior forma de viver.
É tão difícil amar(me) em tempos de quarentena.
Autor: Anónimo
Ilustração: Felipe Bezerra -3º ano